quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Os baixistas piram!

por Valdecir Ximenes

O grupo O Rappa é uma banda que tem forte conotação social em suas músicas. Na música Todo Camburão Tem Um Pouco de Navio Negreiro, uma letra que fala por si só, os caras fizeram um arranjo bacana.  Na mesma, quando tocam ao vivo, o baixista da banda Lauro Farias faz uma linha de baixo marcante e empolgante que deixa qualquer pessoa vidrada no som dos caras. Pra baixista então, os caras piram, E como sou bem aficionado por contrabaixo e aspirante (sério!) a baixista, tá aqui o som (com direito a vídeo)

os baixistas piram!

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Todo camburão tem um pouco de navio negreiro

Letra: Marcelo Yuka | Música: O Rappa

Navio negreiro=camburão

TUDO começou quando a gente conversava
Naquela esquina ali
De frente aquela praça veio os homens
E nos pararam
Documento por favor
Então a gente entregou
Mas eles não paravam
Qual é negão? Qual é negão?
O que que tá pegando?
É mole de ver
Que em qualquer dura
O tempo passa mais lento por negão
Quem segurava com a força a chibata
Agora usa farda
Engatilha a macaca
Escolhe sempre o primeiro
Negro para passar na revista
Para passar na revista
Todo camburão tem um pouco de navio negreiro

(Instinto Coletivo, 2001)

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

O discurso de Desmond Tutu na turnê 360° do U2

Na turnê mundial 360° do U2 é tocante a canção One. Na mesma o lider politico e espiritual/religioso sul-africano Desmond Tutu discursa falando sobre a ajuda à África e à Campanha One, pela erradicação da pobreza e da Aids.

UM!

Segue:

"As mesmas pessoas que marcharam pelos direitos civis nos Estados Unidos são as mesmas pessoas que protestaram contra o apartheid na África do Sul, que são as mesmas pessoas que trabalharam para a paz na Irlanda, e são as mesmas pessoas que lutaram contra a escravidão por dívida no 'Jubileu' do ano 2000 , que são as mesmas pessoas bonitas que eu vejo quando olho em volta deste lugar hoje à noite em 360 graus.

Nós somos aqueles povos. NÓS somos a mesma pessoa. Porque nossas vozes foram ouvidas por milhões de nossos irmãos e irmãs que estão vivos graças ao milagre dos remédios da AIDS e remédios contra a malária. Ahhhh! Eles serão os médicos, eles serão os enfermeiros, eles serão os cientistas que vão viver para resolver grandes problemas. Sim, há muitos obstáculos. Claro, sempre há bloqueios de estradas no caminho da justiça. Mas Deus vai colocar um vento na nossa volta e uma estrada que vai em frente, se trabalharmos com os outros como UM ... UM! "

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

O 'nerd' que acertou 95% do Enem

João Vitor dos Santos, 16, acertou 172 questões das 180 do Enem. O estudante do 2º ano de uma escola pública quer cursar Ciências Biológicas

por Domitila Andrade (O Povo Online)

Ver João Vitor falar sobre a recente conquista é assistir à luta entre a timidez do garoto mais acostumado aos livros do que a grandes conversas e o orgulho de quem está vendo o esforço recompensado. O número da vitória é de impressionar: João Vitor acertou 172 questões das 180 que compõem o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O equivalente a 95,5% de acertos. Mas João Vitor Claudiano dos Santos, 16, aluno do 2º ano da Escola de Ensino Médio Governador Adauto Bezerra, ainda não consegue mensurar o significado do feito.

O menino agora espera o resultado oficial, que deve sair em janeiro de 2015, mas, em um comparativo, João Vitor ultrapassou os 164 acertos da estudante mineira Mariana Drummond, que conquistou o primeiro lugar no Enem 2013. A nota final ainda depende do desempenho na Redação, que João acredita ter sido a mais difícil das avaliações.

“Sempre ouvi falar da dificuldade que é o Enem e tinha medo. Mas quando vi, sinceramente, achei muito fácil. Quando corrigi pelo gabarito, não fiquei assustado, apenas lamentei pelas oito (questões erradas)”, diz com a simplicidade de quem dormia em média quatro horas por dia para garantir o bom desempenho, que ele credita também ao apoio recebido dos professores.

A ficha da biblioteca, lugar preferido de João, já vai na segunda folha e ultrapassa os 40 livros. A leitura assídua é o segredo dele. “O que tem de cansativo no Enem são os textos grandes. Então, minha estratégia foi me adaptar à leitura, ler livros grandes, alguns com linguagem rebuscada”.

João, cujo maior orgulho é ter estudado a vida toda em escola pública, ainda não sabe se irá cursar o 3º ano, mas quer fazer Ciências Biológicas e sonha em viajar para o Reino Unido pelo Ciência Sem Fronteiras. Aos 16 anos, ele tem muito bem traçados os planos da vida. “Sempre me vejo fazendo especialização em bioquímica e biologia molecular. Quero ser pesquisador e estudar o resto da vida”.

Criado pela mãe, a aposentada Ana Maria Santos, morador do bairro Vila União, quarto de cinco irmãos, João será o primeiro da família a ingressar no ensino superior. Os estudos foram, para ele, a forma de transformar o próprio destino. “Sou um garoto que não conheceu o pai, que sempre sofreu bullying por ser nerd, por causa do cabelo, do sapato, da magreza. O estudo não combateu minha timidez, mas me ajudou a ser feliz”.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Interesse, meu amigo, é a pedra fundamental


por Valdecir Ximenes

Uma menina que ser médica. Ela estuda pacas, luta, reluta, esperneia. Ela cai, levanta e vai de novo, a teimosa. “Ela vai á luta de corpo inteiro, ela faz de tudo, ela faz ligeiro as coisas que precisa, tudo o que quer...”. Ela convence os outros de que quer ser médica e vai. Os outros tentam convencê-la do contrário. Ela se abate um pouco e volta a pensar sobre o quanto ela já foi longe. Estudou, batalhou e está bem perto. Ela olha pra o passado andado e ver que não, ela não pode dar nem um passo atrás. Ela tem gana, vontade, entusiasmo.  Ela se entristece, revitaliza, reergue a espada da sua guerra. Resultado: ela vai ser médica.
Então meninos, a história é sobre interesse!

Um rapaz é louco pela menina do ano posterior ao seu. Ela não quer. Ele tenta provar de que ela é a escolhida e apesar dos vacilos que ele dá com ela, ele só quer mostrar que é louco por aquela garota. Ele insiste, mas de forma realista, sem aporrinhação, em gruda-gruda. Ela percebe que ele realmente a ama. Mas ela não quer. Não quer e pronto. Pelo menos ela diz. Então ela fica com outro garoto para que ele desista dela. Outro garoto que será arquiimigo de nosso protagonista. Tudo bem, ele diz. Ele a quer de todo jeito e ele vai mostrar que ela nasceu para ele e que nasceram um para outro. Ela começa a ama-lo também, mas não vai dar o braço a torcer. Ele tem vontade e quer ferrenhamente aquela garota. Todos concordam com isso por que eles vêm o interesse genuíno dele nela. Resultado: eles casam e serão felizes (e infelizes também, mas juntos) por uma porrada de tempo.

Genuinamente interessado.

Aquele concurseiro que ninguém dá nada por ele. Estuda escondido, em turma, estuda e ler tudo que diz respeito ao concurso X que ele almeja. Ele quer aquela vaga de funcionário A da empresa B. E o concurso X é a porta de entrada para isso. Ele luta para isso. Ele estuda para isso. Ele batalha mesmo para concretizar esse sonho. Ele tem vontade férrea, interesse genuíno, força hercúlea. Resultado: ele vai ser funcionário A da empresa B pelo concurso X tal qual o seu interesse de ser.

Aquele muleque que ser guitarrista que nem o Slash. Ele é de família humilde e quase ninguém lhe dá crédito para o seu desejo. Ele trabalha de vez em quando para comprar um violão para aprender macetes nele e de quebra também aprender guitarra. Não é a mesma coisa, mas o violão dá fundamentos para a guitarra e é o que ele pode no momento. No caminho ele encontra, de quase todos, os “estímulos”: “não dá certo não, cara.” Dizem. “música para quê? Nem dá dinheiro”. Blasfemam mais e mais pessoas. Mas ele quer e todo mundo percebe isso. Ele tem interesse grande e já comprou um violão e já tira uns acordes. Algumas técnicas de guitarra ele já as faz no violão. E assim ele já é um guitarrista de renome. Resultado: ele é o guitarrista da banda Inter, de interesse.
Interesse=>consequência=>sucesso


É meu amigo, interesse é condição necessária. E mais do que isso, é a peça fundamental!

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

O show não pode parar (e não vai)

por Valdecir Ximenes

ESTE BLOG não vai parar não, meu chapa (apesar de parecer isso). Como já disse aqui o negócio tá brabo este ano. Muito trabalho (o que é bom), falta de tempo (o que é ruim), e a vida caminhando bem apressada.

Bom, mas é sério, comecinho do ano que se avizinha nós vamos entrar de sola nesse projeto. Frise-se projeto. E se é projeto nós vamos manter a frequência de antes aqui pra todos nós termos mais uma opção de leitura diversa na internet, cuidando para mantermos a originalidade que viemos mantendo.

E também por que teremos mais novidades para a gente compartilhar.

De imediato vai aparecer alguns textos aqui vez ou outra para que sejamos fiéis a promessa com vocês, os nossos assíduos visitantes/leitores.


Começando em 1, 2, 3 ….

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

A geração de homens mimados



por Valdecir Ximenes
 
Como veremos, ao dizer mimado, não digo se tratar de mimos, carinho e cuidados excessivos dados pelos pais. Às vezes, eles nem dão tanto carinho assim.

Não é deste homem que falo!


 -Ai, tou cansado, gente. Diz um homem mimado ali. – Esse sol tá acabando comigo, grita outro ali. – minha unha quebrou, meu deus, diz um terceiro. E se esquecem de que nossos avós e pais trabalham (ou trabalhavam) de sol a sol, noite e dia, semanas inteiras. Enfrentando sol, chuvas e intempéries, poeira, calor, enfim as adversidades mais cruéis. E o hoje os seus descendentes estão se tornando a geração de homens mimados que não podem pegar uma poeirinha aqui que já adoecem. É uma geração do conforto, do tudo pronto e que não precisa ralar para contornar dificuldades e legar aos filhos a vida que nossos pais nos legaram. Se é difícil pra nós agora, imagina pra eles!
 
O rei Leônidas sabe!

O orgulho de sermos nordestinos é o fato de superarmos as adversidades com maestria. Contornamos obstáculos e superamos desafios que outras pessoas não superariam com o mesmo empenho. Somos pessoas que enfrentam o império da maldade e vencem o tirano da riqueza. Não podemos deixar que nos tornemos pessoas mimadas a ponto de nos deixar vencer perante os problemas (pequenos) da vida.

O que ocorre é que cada vez mais as pessoas estão sendo habituadas a não enfrentar as dificuldades ou outras vezes estas mesmas dificuldades estão sendo entregues a nós de forma resolvida ou melhorada pelos nossos pais guerreiros e antepassados que foram (e são) afeitos ao trabalho duro. Trabalho duro que os homens mimados de agora estão cada vez mais se esquivando. Assim, quebrar a unha é motivo de desânimo e justificada para não mais pegar no pesado.

Constato a geração de homens mimados no nosso dia-a-dia. Quando eu era adolescente, junto com outros da minha idade, jogávamos bola (como todo adolescente), só que de um modo entusiástico. Era uma guerra no sentido de tínhamos gana pra jogar e ganhar dos adversários. Era um racha parecido com um Curso Intensivo para uma batalha pra ganhar um jogo (de brincadeira) que levávamos por demais a sério. Agora é diferente.

Outro dia jogando com a molecada percebi a geração de meninos mimados que são. Vivem mortos de preguiça, não tem vontade, não têm entusiasmo. Se parecem com umas donzelas. Parecem que têm medo de quebrar a unha, de dividir uma bola com o colega, de chutar a bola com vontade pro gol. São igualmente mimados para o estudo e evasivos (repulsivamente) para o trabalho. Quando adultos têm medo do sol, da chuva, da poeira e de quebrar a unha. É a geração de meninos mimados que serão os homens mimados (mais ainda) do futuro.

Francamente, não estou defendo que eles tenham que sofrer para alicerçar a vida. Estou defendendo que tenhamos o hábito e a educação de estarmos física e psicologicamente preparados para as adversidades que, com certeza, nos apresentarão. Dificilmente essa geração passa umas horas sem beber alguma. Mas numa crise de água potável (já se tornando realidade) como poderão passar um dia, dois dias ou semanas ou meses sem água? 

A vida é difícil pra caramba e não estamos percebendo isso. E com essa geração de homens mimados que temos (e teremos), nunca percebermos a não ser quando a adversidade vier bater na porta, mas eles terão preguiça de levantar para abri-la.

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Temos um segredo pra você: nós vamos invadir sua praia


por Valdecir Ximenes, administrador da coisa.

“Nós ‘tamo entrando sem óleo e nem creme; precisando a gente se espreme... nós gostamos de tudo, nós queremos é mais, do alto da cidade até a beira do cais... Nós queremos estar do seu lado... Nós vamo invadir sua praia” (Ultraje a Rigor)

Não é o Jaspion. Nem os Power Rangers. Somos nós!!


CONFESSE: muitas vezes você visitou esta página aqui e perguntou “cadê o cara (ou os caras) que mantém essa bagaça?”. Pergunta muito pertinente a sua. Estávamos ausentes bolando algumas ideias para compartilhar da melhor maneira aqui neste blog que julgamos ser uma parte de nossas vidas, fundamentalmente para os nossos leitores (as). Pesquisando coisas legais na internet, na vida (estudando, trabalhando, vivenciando), para publicar alguma coisa de qualidade pra todo mundo por que zelamos por aquilo que é o mais legal disso tudo: o leitor / a leitora.

Pois bem. Agora nós vamos voltar com tudo e invadir a sua área. E eu não estou só. Eu e outros camaradas vamos chacoalhar a sua aldeia. E não adianta nem você reclamar, pois você vai gostar! Eu, o Joabi Teles e o Antônio Marcos, vamos tocar o barco aqui tudo junto (e misturado). Queremos arrebentar a boca do balão com textos matadores (críticos, provocantes, polêmicos) periodicamente, sendo que eu (Valdecir Ximenes) irei buscar alguns colaboradores aleatórios pra escreverem pra cá. Professores, estudantes e todo mundo que queira escrever pra cá para espocar o cano com textos matadores aqui no Crônicas.

A chapa vai esquentar amigos. Mas quem sai ganhando somos nós leitores observadores, por que críticos. Pode ficar ciente! 

E como será que a bordoada vai ser segura nesse negócio aqui? Você vai saber. Queremos impactar positivamente a vida do leitor. Botar ele para pensar, refletir, se levantar da cadeira, da rede. Provocar no leitor sentimentos (nem sempre os mais sublimes ou civilizados) para que ele pense, reflita, escreva respostas e também publique no blog.

Você vai gostar. Apostamos nisso!
 

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Por que o sistema de educação da Finlândia é tão reverenciado

Saiu há pouco tempo um levantamento sobre educação no mundo feito pela editora britânica que publica a revista Economist, a Pearson.
É um comparativo no qual foram incluídos países com dados confiáveis suficientes para que se pudesse fazer o estudo.
Você pode adivinhar em que lugar o Brasil ficou. Seria rebaixado, caso fosse um campeonato de futebol. Disputou a última colocação com o México e a Indonésia.
Surpresa? Dificilmente.
Assim como não existe surpresa no vencedor. De onde vem? Da Escandinávia, naturalmente – uma região quase utópica que vai se tornando um modelo para o mundo moderno.
Foi a Finlândia a vencedora. A Finlândia costuma ficar em primeiro ou segundo lugar nas competições internacionais de estudantes, nas quais as disciplinas testadas são compreensão e redação, matemática e ciências.
A mídia internacional tem coberto o assim chamado “fenômeno finlandês” com encanto e empenho. Educadores de todas as partes têm ido para lá para aprender o segredo.
Se alguém leu alguma reportagem na imprensa brasileira, ou soube de alguma autoridade da educação que tenha ido à Finlândia, favor notificar. Nada vi, e também aí não tenho o direito de me surpreender.
Algumas coisas básicas no sistema finlandês:
1)Todas as crianças têm direito ao mesmo ensino. Não importa se é o filho do premiê ou do porteiro.
2)Todas as escolas são públicas, e oferecem, além do ensino, serviços médicos e dentários, e também comida.
3) Os professores são extraídos dos 10% mais bem colocados entre os graduados.
4) As crianças têm um professor particular disponível para casos em que necessitem de reforço.
5) Nos primeiros anos de aprendizado, as crianças não são submetidas a nenhum teste.
6) Os alunos são instados a falar mais que os professores nas salas de aula. (Nos Estados Unidos, uma pesquisa mostrou que 85% do tempo numa sala é o professor que fala.)

Isto é uma amostra, apenas.
Claro que, para fazer isso, são necessários recursos. A carga tributária na Finlândia é de cerca de 50% do PIB. (No México, é 20%. No Brasil, 35%.)
Já escrevi várias vezes: os escandinavos formaram um consenso segundo o qual pagar impostos é o preço – módico – para ter uma sociedade harmoniosa.
Não é à toa que, também nas listas internacionais de satisfação, os escandinavos apareçam sistematicamente como as pessoas mais felizes do mundo.
Para ver de perto o jeito finlandês de educar crianças, basta ver um documentário que está no youtube.
Todos os educadores, todas as escolas, todas as pessoas interessadas na educação, no Brasil, deveriam ver e discutir o documentário.
Quanto antes.

terça-feira, 24 de junho de 2014

O mundo é um moinho

É mesmo. O mundo é moinho e tritura os nossos sonhos tão mesquinhos. Rouba o tempo da gente. A gente cresce, vira burocrata e tem que trabalhar e o trabalho nos tira uma parcela boa de nosso tempo, para o bem ou para o mal.
O mundo é um moinho. Cazuza tb disse isso!
O certo é que sim, nós vamos continuar. Vou pedir aos leitores e leitoras mais um tempo enquanto acerto as coisas pra depois voltar a publicar aqui no Crônicas com regularidade. Por enquanto estou muito ocupado com trabalho e o tempo que me está restando eu estou "bebendo de outras fontes", tipo música, artes marciais, aventuras pra entrar em contato com a natureza e coisas que julgo legal pra depois compartilhar com os amigos leitores e as amigas leitoras.

Cartola, esse amante da vida!
O mundo é um moinho...mas não é um rolo compressor, o que faltou o Cartola dizer!

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Crise de água potável

 
Por Ulisses Capozzoli no Blog da Sciam
 
Em um mundo com aproximadamente 75% de sua superfície coberta por oceanos, o que justifica a crise de abastecimento de água presente no noticiário de várias regiões e, neste momento, intimamente relacionada à megalópole de São Paulo?
 
Do 1,3 bilhão de km³ de água do planeta, pouco mais de 1% é representado pela água doce e isso já reduz significativamente a oferta potável, aquela utilizada para consumo humano, atividades industriais e consumo pela agropecuária mundial.
 
É verdade que os oceanos têm participação majoritária no chamado ciclo hidrológico, o processo que regula a circulação da água na superfície e atmosfera do planeta, responsável pela purificação de aproximadamente 11 mil km³ de água a cada ano.
 
E a carência de água potável está intimamente ligada a esse volume de água purificada pelo ciclo hidrológico, que só foi desvendado ao longo de séculos de investigação.
 
Aristóteles, que se ocupou de quase tudo que diz respeito ao conhecimento, especulou que as profundezas da Terra eram responsáveis por uma espécie de geração espontânea da água.
 
Ao longo do século 20 uma interação de campos que foi da hidrologia à cosmologia, passando pela evolução estelar, revelou que a água teve existência precoce no Universo.
 
Como nas demais áreas, também para a água, tudo começou com o Big Bang, a explosão da criação do Universo, segundo a cosmologia que tem esse nome.
 
Quase 400 mil anos após a explosão primordial, com a expansão e resfriamento do Universo, as partículas se acoplaram para formar os primeiros átomos e o volume maior desses elementos foi e ainda é representado pelo hidrogênio.
 
As primeiras estrelas foram bolas gigantescas de hidrogênio comprimidas gravitacionalmente para entrar em ignição nuclear e produzir o que hoje os astrofísicos chamam de síntese dos elementos químicos.
 
Numa fase relativamente curta, estrelas que “queimaram” hidrogênio e hélio deram origem ao oxigênio que, com o hidrogênio, forma a molécula H20, ou seja, uma molécula de água.
 
Assim, a água surgiu precocemente no Cosmos e ainda hoje fontes d´água estão localizadas em regiões como a enorme nebulosa de Órion, na constelação desse mesmo nome.
 
A nebulosa que há 5 bilhões de anos deu origem ao Sistema Solar era rica em água, segundo cientistas planetários consideram hoje. Dessa forma não seria surpreendente que a Terra reunisse parte desse estoque, ainda que o processo de formação de mundos seja complexo o suficiente para não permitir relações tão lineares.
 
Ainda no século passado ficou mais ou menos evidenciado que parte da água disponível na Terra chegou aqui no corpo de cometas que se chocaram com o planeta num bombardeio que há mais de 2 bilhões de anos foi intenso no Sistema Solar e que marcou, por exemplo, a superfície da Lua.
 
Na Terra, situada na chamada zona de habitabilidade do Sol, a água manifesta-se em seus três estados graças à chamada “ponte do hidrogênio”, que dá a esse elemento fundamental para a vida como conhecida, a capacidade de ser tanto vapor na atmosfera, líquida nas chuvas que se precipitam sobre a superfície e sólida, por exemplo, nas regiões polares.
 
Na Terra, a água está distribuída de forma bastante irregular, o que significa que algumas regiões são beneficiadas com esses recursos, enquanto outras se ressentem profundamente da escassez deles.
 
O Brasil dispõe de algo como 14% dos estoques de água doce do planeta, uma riqueza natural cada vez mais valorizada. A questão é que a maior parte deste volume está na região amazônica, distante da principal área de consumo, no Sudeste do país.
 
Estratégias nem sempre bem articuladas, perdas nas redes de distribuição e ausência de recuperação adequada de águas já utilizadas comprometem boa parte da oferta disponível neste momento em uma megalópole como São Paulo.
 
Assim, o equilíbrio entre oferta e demanda de água passa por um complexo sistema interativo, exigindo cuidados frequentes em termos de infraestrutura, previsões a mais longo prazo, educação para consumo equilibrado e outras questões estratégicas que nem sempre são devidamente consideradas.
 
Em 10 de novembro de 1980 as Nações Unidas criaram a década da água potável para sensibilizar administradores públicos em particular, e a sociedade humana em seu conjunto, para a importância de cuidados essenciais com a água.
 
Mas há um quarto de século atrás questões como essa pareciam, a muitos, apenas previsões pessimistas para o futuro.
 
Mas na nova década da água, de 2005 a 2015, o que parecia pura ficção é perturbadoramente real.

terça-feira, 3 de junho de 2014

Um museu que expõe o Universo

por Pedro Bizareli no Papodehomem

Você até gosta dos planetas e do Universo, mas acha que visitar um museu de ciências astronômicas é uma furada, certo?
Museus, por definição, são lugares antigos com bibliotecas enormes e grandes coleções de arte. É natural que encare entediante um programa assim, principalmente se você não é (ou não foi) aquele aluno brilhante em Física e ciências afins. Mas caso você goste de observar as estrelas ou simplesmente quer fazer aquela presença com a namorada, eu sugiro uma visita ao Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST), no Rio de Janeiro.
O MAST tem todas as características de um museu convencional: oferece visitas a um acervo museológico único, conta a história da ciência brasileira com uma base de dados impressionante e tem várias atividades de popularização da ciência aos finais de semana.
Não se engane. Este não é um museu normal.
Aí você pergunta: “Grande coisa, Pedro. O que tem de incrível nisso?”.

A noite do céu

Pois é, eu pensava assim também. Acontece que junto com a programação normal, o MAST oferece todas as quartas e sábados uma sessão de observação noturna do céu. Após assistir à explicação dos elementos celestes que podem ser observados no mês corrente, você vai curtir – pelos telescópios ópticos na área externa – toda a expansão observável. Essa observação pode ser feita em dias nublados, mas não nos chuvosos.
A experiência é fantástica. Dependendo das condições do clima, a visualização é bem nítida. Não tenho como descrever o quanto o Universo é complexo e simples ao mesmo tempo. É ótimo pra desopilar e uma boa opção se você quer fazer algo diferente com a sua namorada ou conquistá-la pelos olhos.
A visitação ao Museu e a observação do céu são totalmente gratuitos desde sua inauguração, em 1985. No site do Museu é possível visualizar a programação mensal e o mapa do local. Como carioca, não conhecia o programa, mas posso garantir que vale a pena tanto para os moradores da cidade maravilhosa quanto para os turistas.
Só me arrependo de uma coisa: não ter levado uma companhia à altura do espetáculo.
Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST)
Rua General Bruce, 586 – Bairro Imperial de São Cristóvão – Rio de Janeiro, RJ
Horários de visitação: terça, quinta e sexta-feira (9h às 17h), quarta-feira (9h às 20h), sábado (14h às 20h), domingos e feriados (14h às 18h). Telefone: (21) 3514-5200.