segunda-feira, 5 de maio de 2014

Cadê o soro que te induz a lutar, meu amigo?

Suspiro.

Falta gás. Falta a centelha que mantém a chama acesa. Falta ânimo. Falta vontade, entusiasmo, gana. Falta participação nas coisas e no mundo. É assim que começo estas inconvenientes inquietações. Elas dizem respeito aos meus amigos (e amigas) e companheiros de batalhas de outrora.
"Cadê você meu amigo?"
Cadê vocês meus amigos e minhas amigas? Vocês realmente são ou eram meus amigos? Cadê o soro que os induzia a lutar? Cadê a revolução? Onde estão os caras que diziam que a guerra ia acabar? Cadê os caras que sonhavam em mudar o mundo? 

Não todos, mas alguns viraram burocratas. Viraram professores, diretores, coordenadores e se tornaram resolutos anti aquilo que os colocaram onde estão: se tornaram conservadores e direitistas que agora são contra aquela ideia inicial. São a favor do capitalismo que antes era o inimigo mortal. Se tornaram pessoas entupidas pelo estresse do trabalho. Se alinharam ao sistema que antes era o alvo que queriamos acertar.

Outro suspiro.

Cadê os ecologistas/ambientalistas de plantão? Resolutos que eram na defesa da natureza e dos animais hoje matam animais numa mais aberrante contradição. Queimam maribondos, matam cobras indefesas. Que lindo, meus amigos, que lindo! E eu ainda insistindo nesse besteira de coerência né, minhas amigas? Eu, o sonhador.

Agora uma pausa. E voltamos.

Mas amigos eu não sou contra você ter um carro novo. Sou a favor contanto que todos possam igualmente ter um carro. Que eu, você e todo mundo tenha as mesmas igualdades e condições de comprar um carro, mas que tenhamos (nós e todos) a consciência de que um carro ou carros só vai priorar a situação das coisas. Só vai inviabilizar o transporte para você e para todos. Mas que lutemos para que as pessoas tenham a igualdade minha e sua. Sem mais delongas!

Pausa longa. 

E vamos colocar em letras garrafais, para ser lido em alto e bom som:

Cadê o soro que te induz a lutar, carái?


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