terça-feira, 24 de junho de 2014

O mundo é um moinho

É mesmo. O mundo é moinho e tritura os nossos sonhos tão mesquinhos. Rouba o tempo da gente. A gente cresce, vira burocrata e tem que trabalhar e o trabalho nos tira uma parcela boa de nosso tempo, para o bem ou para o mal.
O mundo é um moinho. Cazuza tb disse isso!
O certo é que sim, nós vamos continuar. Vou pedir aos leitores e leitoras mais um tempo enquanto acerto as coisas pra depois voltar a publicar aqui no Crônicas com regularidade. Por enquanto estou muito ocupado com trabalho e o tempo que me está restando eu estou "bebendo de outras fontes", tipo música, artes marciais, aventuras pra entrar em contato com a natureza e coisas que julgo legal pra depois compartilhar com os amigos leitores e as amigas leitoras.

Cartola, esse amante da vida!
O mundo é um moinho...mas não é um rolo compressor, o que faltou o Cartola dizer!

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Crise de água potável

 
Por Ulisses Capozzoli no Blog da Sciam
 
Em um mundo com aproximadamente 75% de sua superfície coberta por oceanos, o que justifica a crise de abastecimento de água presente no noticiário de várias regiões e, neste momento, intimamente relacionada à megalópole de São Paulo?
 
Do 1,3 bilhão de km³ de água do planeta, pouco mais de 1% é representado pela água doce e isso já reduz significativamente a oferta potável, aquela utilizada para consumo humano, atividades industriais e consumo pela agropecuária mundial.
 
É verdade que os oceanos têm participação majoritária no chamado ciclo hidrológico, o processo que regula a circulação da água na superfície e atmosfera do planeta, responsável pela purificação de aproximadamente 11 mil km³ de água a cada ano.
 
E a carência de água potável está intimamente ligada a esse volume de água purificada pelo ciclo hidrológico, que só foi desvendado ao longo de séculos de investigação.
 
Aristóteles, que se ocupou de quase tudo que diz respeito ao conhecimento, especulou que as profundezas da Terra eram responsáveis por uma espécie de geração espontânea da água.
 
Ao longo do século 20 uma interação de campos que foi da hidrologia à cosmologia, passando pela evolução estelar, revelou que a água teve existência precoce no Universo.
 
Como nas demais áreas, também para a água, tudo começou com o Big Bang, a explosão da criação do Universo, segundo a cosmologia que tem esse nome.
 
Quase 400 mil anos após a explosão primordial, com a expansão e resfriamento do Universo, as partículas se acoplaram para formar os primeiros átomos e o volume maior desses elementos foi e ainda é representado pelo hidrogênio.
 
As primeiras estrelas foram bolas gigantescas de hidrogênio comprimidas gravitacionalmente para entrar em ignição nuclear e produzir o que hoje os astrofísicos chamam de síntese dos elementos químicos.
 
Numa fase relativamente curta, estrelas que “queimaram” hidrogênio e hélio deram origem ao oxigênio que, com o hidrogênio, forma a molécula H20, ou seja, uma molécula de água.
 
Assim, a água surgiu precocemente no Cosmos e ainda hoje fontes d´água estão localizadas em regiões como a enorme nebulosa de Órion, na constelação desse mesmo nome.
 
A nebulosa que há 5 bilhões de anos deu origem ao Sistema Solar era rica em água, segundo cientistas planetários consideram hoje. Dessa forma não seria surpreendente que a Terra reunisse parte desse estoque, ainda que o processo de formação de mundos seja complexo o suficiente para não permitir relações tão lineares.
 
Ainda no século passado ficou mais ou menos evidenciado que parte da água disponível na Terra chegou aqui no corpo de cometas que se chocaram com o planeta num bombardeio que há mais de 2 bilhões de anos foi intenso no Sistema Solar e que marcou, por exemplo, a superfície da Lua.
 
Na Terra, situada na chamada zona de habitabilidade do Sol, a água manifesta-se em seus três estados graças à chamada “ponte do hidrogênio”, que dá a esse elemento fundamental para a vida como conhecida, a capacidade de ser tanto vapor na atmosfera, líquida nas chuvas que se precipitam sobre a superfície e sólida, por exemplo, nas regiões polares.
 
Na Terra, a água está distribuída de forma bastante irregular, o que significa que algumas regiões são beneficiadas com esses recursos, enquanto outras se ressentem profundamente da escassez deles.
 
O Brasil dispõe de algo como 14% dos estoques de água doce do planeta, uma riqueza natural cada vez mais valorizada. A questão é que a maior parte deste volume está na região amazônica, distante da principal área de consumo, no Sudeste do país.
 
Estratégias nem sempre bem articuladas, perdas nas redes de distribuição e ausência de recuperação adequada de águas já utilizadas comprometem boa parte da oferta disponível neste momento em uma megalópole como São Paulo.
 
Assim, o equilíbrio entre oferta e demanda de água passa por um complexo sistema interativo, exigindo cuidados frequentes em termos de infraestrutura, previsões a mais longo prazo, educação para consumo equilibrado e outras questões estratégicas que nem sempre são devidamente consideradas.
 
Em 10 de novembro de 1980 as Nações Unidas criaram a década da água potável para sensibilizar administradores públicos em particular, e a sociedade humana em seu conjunto, para a importância de cuidados essenciais com a água.
 
Mas há um quarto de século atrás questões como essa pareciam, a muitos, apenas previsões pessimistas para o futuro.
 
Mas na nova década da água, de 2005 a 2015, o que parecia pura ficção é perturbadoramente real.

terça-feira, 3 de junho de 2014

Um museu que expõe o Universo

por Pedro Bizareli no Papodehomem

Você até gosta dos planetas e do Universo, mas acha que visitar um museu de ciências astronômicas é uma furada, certo?
Museus, por definição, são lugares antigos com bibliotecas enormes e grandes coleções de arte. É natural que encare entediante um programa assim, principalmente se você não é (ou não foi) aquele aluno brilhante em Física e ciências afins. Mas caso você goste de observar as estrelas ou simplesmente quer fazer aquela presença com a namorada, eu sugiro uma visita ao Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST), no Rio de Janeiro.
O MAST tem todas as características de um museu convencional: oferece visitas a um acervo museológico único, conta a história da ciência brasileira com uma base de dados impressionante e tem várias atividades de popularização da ciência aos finais de semana.
Não se engane. Este não é um museu normal.
Aí você pergunta: “Grande coisa, Pedro. O que tem de incrível nisso?”.

A noite do céu

Pois é, eu pensava assim também. Acontece que junto com a programação normal, o MAST oferece todas as quartas e sábados uma sessão de observação noturna do céu. Após assistir à explicação dos elementos celestes que podem ser observados no mês corrente, você vai curtir – pelos telescópios ópticos na área externa – toda a expansão observável. Essa observação pode ser feita em dias nublados, mas não nos chuvosos.
A experiência é fantástica. Dependendo das condições do clima, a visualização é bem nítida. Não tenho como descrever o quanto o Universo é complexo e simples ao mesmo tempo. É ótimo pra desopilar e uma boa opção se você quer fazer algo diferente com a sua namorada ou conquistá-la pelos olhos.
A visitação ao Museu e a observação do céu são totalmente gratuitos desde sua inauguração, em 1985. No site do Museu é possível visualizar a programação mensal e o mapa do local. Como carioca, não conhecia o programa, mas posso garantir que vale a pena tanto para os moradores da cidade maravilhosa quanto para os turistas.
Só me arrependo de uma coisa: não ter levado uma companhia à altura do espetáculo.
Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST)
Rua General Bruce, 586 – Bairro Imperial de São Cristóvão – Rio de Janeiro, RJ
Horários de visitação: terça, quinta e sexta-feira (9h às 17h), quarta-feira (9h às 20h), sábado (14h às 20h), domingos e feriados (14h às 18h). Telefone: (21) 3514-5200.