terça-feira, 28 de junho de 2016

O amor é apenas uma brincadeira

Ela acordou com raiva da vida. Com raiva dos amigos. Da família. Com raiva de tudo e de todos. Mas principalmente com raiva dele. Pra inteirar, todo mundo acorda de mau-humor por qualquer coisinha boba. Mas na noite anterior, tinha deixado dezenas de mensagens no whatsapp, todas visualizadas e nenhuma ao menos respondida. O que estava aprontando aquele sem-vergonha de quem ela gostava pacas? E mais gritante: ver as mensagens dela chamando e nem responder a uma sequer. Ela não o perdoaria por isso. 
Ela talvez não goste de Love hurts e tudo bem!
Era domingo. Ela levantou, escovou os dentes, fez café e foi ouvir algum rock de seu deleite. Talvez Bon Jovi, mas não se sabe. E ficou lembrando do grande amor da vida dela – com raiva, mas amando-o como sempre – mas não perderia tempo sem ouvir sua música predileta.

Mais tarde ele ligou. Ela não atendeu logo de pronto. Com o dia passando ela tinha pensado o motivo deveras importante dele não tê-la respondido a noite. Ele ligou de novo e de novo e de novo. Ela mais tarde atendeu e começou a pedir milhares de explicações: com quem estava, como estava e por que estava. E mais ainda; por que não a tinha respondido as mensagens no whatsapp. E ele – apaixonado e paciente – começou a explicar em miúdos cada pergunta minuciosamente perguntada e igualmente prontamente respondidas. Ao menos ele tentava.

Love hurts - o amor fere!

Tudo ela tinha entendido e aceitado. Menos quando ele disse que tinha passado a noite bebendo alguma coisa – talvez vinho – e pensado muito nela. E quando ele disse que a noite toda ouvira Love Hurts do Nazareth. Uma, duas, n vezes. Repetidas vezes.

Uma afronta pra ela. Ela não gostava de Love Hurts, apesar de gostar sobremaneira do Nazareth. Por que o amor fere mesmo.


Talvez o amor seja apenas uma mentira mesmo. Uma brincadeira. Uma brincadeira boba e sem sentido!

Uma geração de babacas

Por Valdecir Ximenes, que nunca foi um babaca.

Impressionante como em tempos em que as oportunidades batem as portas, uma parcela considerável da população não queira aproveitá-las e ainda chacota de quem as ver com entusiasmo e as querem aproveitar.

Uma geração de babacas assumidos cada vez mais crescente entre nós. Um povo que quer vida boa, mas não querem nem trabalhar nem estudar. Uma molecada que quer ostentar com carros, festas e fanfarra, mas não querem nem de longe estudar, prosperar e ou trabalhar para um dia alcançar o que almejam. E assim se tornam cada vez mais extremos: imbecis, preguiçosos e “sonhadores” em ter uma vida de ouro que por ventura caia do céu.
Alguns ainda assumem a sua babaquice!

Vejo uns moleques que quer ir pras festas com um professor x ou um professor y nos seus carros – pra dançar, beber, curtir, ostentar com eles – mas em sala de aula não querem estudar como eles um dia estudaram para serem bem-sucedidos como o são agora. 

A geração de babacas que está emergindo pensa que o que os professores têm agora – estabilidade, um emprego, casa, carro, moto e uma projeção social melhor –, caiu dos céus como os manás que choveram do céu no conto bíblico. Santa paciência!

Debilóide: mil passarão à tua direita e outros mil passarão à tua esquerda e tu não pode se deixar afetar!
E ai o cara diz: “mas estuda para ser alguém na vida”. E o carinha rir da tua cara. Ou então quando tu diz: “estuda pra ser como o professor x” e o carinha fica com preguiça. Vai entender essa geração de babacas que, na maioria dos casos, escolhe ser babaca com toda intensidade, a mil por hora.